“As estrelas constituem-se dos mesmos átomos que a Terra”. (...) Dizem os poetas que a ciência retira a beleza das estrelas – meros globos de átomos de gás. Nada é “mero”. Também sei contemplar as estrelas em uma noite no deserto e senti-las. Será que vejo menos ou mais? A vastidão do firmamento estende minha imaginação – preso nesse carrossel, meu pequeno olho consegue captar luz com um milhão de anos. Um vasto padrão – do qual faço parte –, talvez minha matéria foi expelida por alguma estrela esquecida, como uma está expelindo ali. Ou vê-las com o olho maior do observatório de Palomar, afastando-se céleres de algum ponto inicial comum onde estiveram talvez todas reunidas. Qual o padrão, o significado, o porquê? Não prejudica o mistério saber um pouco sobre ele. Pois a verdade é muito mais maravilhosa do que qualquer artista do passado imaginou! Por que os poetas do presente não falam a respeito? Que poetas são esses capazes de falar de Júpiter como se fosse um homem, mas que se for uma imensa esfera de metano e amônia têm de se calar?
~ Richard P. Feynman
terça-feira, 7 de agosto de 2012
Estrelas, outra interpretação...
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